Meu nome é Hellen Xavier Manso, sou arquiteta e profissão e blogueira por paixão. Sou mãe, esposa e muitas outras coisas ao mesmo tempo. Mostro minha rotina de integralmente mãe no meu blog de mesmo nome, e hoje vou compartilhar uma experiência triste, porém real na vida de muitas mulheres brasileiras!
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A inclusão da mulher mãe no mercado de trabalho
Eu nunca havia parado para analisar esta problemática até vive-la. E digo com certeza que a inclusão da mulher mãe no mercado de trabalho não aconteceu. E falta muito para acontecer. Grande parte das empresas não apresentam soluções humanas em se tratando que decisões relacionadas à colaboradora que acabou de regressas da licença de maternidade (4 meses). Se as leis fossem seguidas, ainda assim teríamos ao menos uma quantidade menor de reclamações não é mesmo? Mas nem isso acontece.
Minha realidade
Lembro-me que passei o período das quase 40 semanas de gestação tentando decidir se eu voltaria ao trabalho e tentava levar uma vida normal ou se pediria demissão para ficar em casa cuidando do meu filho. Mas esta equação nunca se completou! E após o fim da minha licença eu tive de retornar ao trabalho, meio que “obrigada” pelas circunstâncias. Eu cogitava pedir para sair muitas vezes, mas no fundo não tinha coragem. O dinheiro falava mais alto, até porque é muito difícil ficar sem renda e dependente do companheiro.
Direitos negligenciados
Vivendo esta realidade eu senti na pele a inclusão da mulher no mercado de trabalho: inexistente, mentirosa, egoísta e cheia de conveniências. A empresa que eu trabalhei dificultou o máximo para que eu não amamentasse meu filho até que ele completasse o 6° ano de vida. O local improvisado para a amamentação era distante de onde eu trabalhava, e todos sabem que temos direito a 30 min por período para dedicar-se ao bebê. E óbvio, em uma cidade com trânsito absurdo se torna inviável todo esse trajeto para amamentar a criança. Com isso, achei que poderia ao menos, sair da empresa mais cedo (1h). Pois não pude. Resumindo, meu direito de amamentar passou despercebidamente.
A creche é a solução?
Logo coloquei meu filho no berçário. Incrível que todos acham que as crianças irem para a escola antes do primeiro ano resolve o problema da mãe profissional que passa o dia todo trabalhando né? Pois na verdade, é só um problema a mais. Crianças adoecem com muita facilidade quando estão em contato com outras. E com isso elas são impedidas de frequentarem a escola, e assim a mãe se vê obrigada a se ausentar do trabalho para cuidar do filho doente. Circunstância tipicamente comum.
Mas o que será que os gestores de recursos humanos e os grandes líderes de grandes empresas pensam verdadeiramente em uma situação como a descrita? Muitos ainda fecham os olhos para algo tão humano. Em uma das vezes que me ausentei por conta de uma doença do meu filho (ainda bebê) a gestora de RH indagou-me se eu teria outra pessoa para ficar com meu filho, no período que ele teria de se ausentar no berçário. Eu fui educada, infelizmente não disse nada. Nunca imaginei que alguém tivesse tanta coragem de agir de forma tão desumana.
Filhos são cidadãos do futuro
Se nós mães somos responsáveis pela formação de cidadãos do futuro, qual a razão por existir situações como a que descrevi acima? Esta foi a clara resposta de que o Brasil não está preparado para a inclusão da mulher mãe no mercado de trabalho. Em nosso país é muito difícil sair do comum. O comum é que todos (inclusive as mães) trabalhe o dia todo (todinho) sem intervalos ou ainda que eles estejam presentes, sem tempo hábil para ir ver ou gastar um tempo com a família, o que é precioso para as mulheres mães profissionais.
Fui demitida
Assim que meu filho completou o segundo ano de vida, fui demitida. Até hoje não sei o motivo. Confesso que estava mesmo tentando conseguir um equilíbrio na vida permanecendo exatas 10 horas diárias longe do meu bebê.
O equilíbrio
Após este acontecimento, pude encontrar outros meios de trabalhar e finalmente gerar renda. Com isso concluí que o trabalho em horários flexíveis ou ainda durante o período que a criança esteja na escola é o caminho para o equilíbrio entre a vida de mãe, mulher e profissional e ainda o início da inclusão da mulher mãe no mercado de trabalho.
E você? Como tem sido sua experiência no mercado de trabalho? Se já é mãe certamente reconhece muito do que escrevi no artigo não é mesmo! Conte nos comentários!
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